Objetivo do Blog

Objetivando a transparência do serviço público para que toda a população tenha acesso às atividades desenvolvidas no Setor de Pessoal, que visam o registro das ocorrências da ficha funcional dos servidores lotados na Secretaria Municipal de Educação – SMEd Cachoeira do Sul.

"A força da alienação vem dessa fragilidade dos indivíduos que apenas conseguem identificar o que os separa e não o que os une".
Milton Santos

terça-feira, 28 de julho de 2015

Qualificação profissional abrindo portas



Segunda Reportagem da Série: “Educação – Um novo mundo é possível”. O Texto é de Patrícia Miranda, com edição de José Luís Zasso. A primeira reportagem pode ser conferida aqui.
A atualização e a qualificação pessoal já foi há algumas décadas apenas uma opção para quem já estava inserido no mercado de trabalho. Hoje, ela é uma realidade e até mesmo uma exigência para quem busca ampliar horizontes e subir na carreira, independente de qual for ela. Para quem escolhe ser educador, realidade não é diferente. A professora Cátia Elisa da Silva, 30 anos, é um exemplo. Ela ingressou no magistério municipal em 2009 apenas com o curso de Magistério. Mas, vendo a necessidade de se qualificar, ingressou no ensino superior no curso de 2011 e já está com formatura marcada para 4 de março de 2016, pela Ulbra/Cachoeira onde cursa Pedagogia através de uma bolsa do ProUni. Professora substituta da Escola Municipal de Educação Infantil Favo de Mel, Cátia já pensa no futuro. Ainda em 2016 quer ingressar na pós-graduação em Mídias na Educação pela UFSM para se qualificar ainda mais.
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Cátia com os alunos da EMEI Favo de Mel
Foto: Patrícia Miranda/SMEd-PMCS
A velocidade das mudanças, a famosa globalização e o desenvolvimento tecnológico transformam incessantemente o ambiente de trabalho, e isso acontece também nas escolas, de forma que hoje não há dúvidas de que “estudo” e “formação” não são apenas uma etapa da vida, mas uma constante ao longo de toda a carreira. Assim, a formação continuada para o magistério deixou de ser uma opção para ser também uma condição e uma necessidade dentro do exercício da profissão.
A Secretaria Municipal de Educação (SMEd) de Cachoeira do Sul oferece aos seus professores, monitores e professores do Atendimento Educacional Especializado formação continuada por área do conhecimento, além de formação para a equipe administrativa e pedagógica. De acordo com a diretora pedagógica, Lenise Furlan, os encontros são mensais e todo o conteúdo abordado parte das diretrizes estipuladas para a rede municipal, atendendo leis nacionais, estaduais e municipais, além do Plano Municipal de Educação (PME). “Fazemos um levantamento de todas as áreas para atender as necessidades de cada uma delas. Nos encontros os temas são debatidos pelos professores juntamente com profissionais da SMEd e convidados”, explica Lenise. Para as formações dos professores que atuam com educação inclusiva, a SMEd conta com a parceria da APAE e da AFAD.
A diretora pedagógica enfatiza que a formação continuada, é oferecida além da SMEd também pelas escolas, oferecendo assim subsídios para que os professores estejam cada vez mais atualizados e que possam levar estas novas experiências para sala de aula. Para o estudante, a grande vantagem de ter um professor sempre atualizado é conseguir correlacionar o conteúdo com a sua realidade.
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Formação para professores da Educação Infantil
Foto: Patrícia Miranda/SMEd=PMCS
Cada vez mais interesse pelas formações
A diretora pedagógica da SMEd, Lenise Furlan, frisa que é cada vez maior a procura pelas formações por professores da rede municipal. “Existem áreas como a inclusão, educação infantil e a das linguagens que temos uma excelente participação. Existem algumas áreas como a de ciências humanas em que a participação dos educadores ainda pequena mas sentimos que aos poucos este grupo também aumenta mais”, sintetiza.
A participação nas formações é feita em forma de convite aos educadores, mas Lenise destaca que elas são feitas dentro do período dedicado para estudo do professor. Hoje, na rede municipal, a cada 20 horas de atividade o professor tem direito a quatro horas destinada à estudo. Ao final do ano, todos que tiveram pelo menos 75% de frequência irão recebem certificação.
75% dos professores da rede municipal têm curso superior
A rede municipal de ensino de Cachoeira do Sul, que atende a 35 escolas, além de possuir profissionais atuando em cinco escolas filantrópicas, APAE e AFAD. No seu quadro de pessoal, 75% dos seus educadores têm ensino superior completo. Das 1084 matrículas do município, 813 são de profissionais que já tem graduação. Destes, 337 tem pós-graduação, o que presenta 41,45%. Um levantamento feito pelo Setor de Pessoal da SMEd mostra que 50,18% dos educadores com ensino superior cursaram Pedagogia. A pesquisa mostra ainda que dos 271 professores que estão no nível E1, que é o nível para professores apenas com magistério, 49,07% tem pelo menos Licenciatura Curta, modalidade que hoje em dia não existe mais.
O chefe do Setor de Pessoal da SMEd, Sergio Augusto Ramos dos Santos Júnior, explica que, de acordo com a Lei Municipal 3240, de 8 de fevereiro de 2001, a carreira do magistério é estruturada em seis classes, sendo a primeira para quem ingressa na função (A, B, C, D, E e F). Já os níveis são divididos em três (magistério (E1), graduação (N1) e pós-graduação (N2)). Na classe F está a maior remuneração. Com a política de promoção a cada cinco anos, com aumento de 5% a cada classe, o professor precisa de 25 anos de trabalho para chegar à última classe. 25 anos é exatamente o mesmo número de anos de trabalho em sala de aula que o professor precisa cumprir para solicitar sua aposentadoria. Se o professor não estiver em sala de aula, são necessários 30 anos de trabalho.
Sergio enfatiza que a formação continuada dos professores é fator fundamental para sua promoção ao longo dos anos. “As promoções podem ser consideradas estímulos para que os professores se qualifiquem na busca do conhecimento e tendo como retorno também incentivos financeiros, além de alavancar a qualidade na educação”, justifica. O professor com ensino superior tem um plus de 30% em seus vencimentos com relação ao básico da categoria. Para quem tem pós-graduação o aumento é de mais 5% com relação ao vencimento anterior.
Ensino superior gratuito em Cachoeira mudando o cenário
Quem busca uma graduação em Licenciatura nos dias atuais não consegue dimensionar o quanto isso era difícil há cerca de 15 a 20 anos. Atualmente, Cachoeira do Sul possui dezenas de cursos gratuitos de Licenciatura, que podem ser feitos inclusive na modalidade a distância, que dá ainda mais autonomia para que o universitário possa estudar. Após o fechamento da Univale na década de 90, foi a Ulbra que voltou a oferecer cursos de formação de professores. No entanto, como trata-se de uma universidade particular, era necessário pagar por esta qualificação.
No final da década de 90 e início do ano 2000, muitos professores da rede municipal que tinham apenas Magistério, eram incentivados pelo Município com o oferecimento mais 20 horas semanais de atividade para que pudessem custear uma Universidade em busca do Ensino Superior, atendendo a Lei de Diretrizes e Bases, que determinava que até 2003 todos os professores deveriam ter ensino superior, prazo que acabou sendo prorrogado. Hoje a meta 15 do Plano Nacional de Educação prevê que até 2024 todos os professores devem ter ensino superior. Já a meta 16 estabelece o oferecimento da formação e que até 2024 pelo menos 50% dos professores tenham pós-graduação.
Uma pesquisa feita pela coordenadora do polo da UAB/Cachoeira, Rosane Brendler, mostrou que em 2011, 41% dos acadêmicos que frequentavam os cursos de Licenciatura oferecidos pela UAB eram membros do magistério ou servidor municipal em busca de qualificação. A possibilidade de fazer o curso desejado, a gratuidade e a conquista da promoção foram os principais motivos citados pelos acadêmicos para ingressarem nos cursos. A Prefeitura de Cachoeira do Sul é a principal parceira da UAB, onde o investimento mensal, de acordo com o prefeito Neiron Viegas chega a R$ 600 mil ao ano, valor destinado principalmente ao pagamento do aluguel do prédio e de professores.
Da brincadeira de criança para a sala de aula
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Orilda com o alunos da Escola Baltazar de Bem
Foto: Patrícia Miranda/SMEd-PMCS
Quando era criança, a professora Orilda Tatsch Bernardini, já sabia qual seria sua profissão: ela queria ser professora. A brincadeira de criança preferida já era de dar aula, o que se tornou realidade em 1984 quando ela ingressou como contratada da rede municipal para trabalhar com alfabetização. Apenas com o magistério, ela decidiu que iria se qualificar em 1998 ingressou no curso de Pedagogia pela Urcamp, de Caçapava do Sul, e se formou em 2002. Mesmo assim ela não quis parar por ai. Ela seguiu estudando e no ano seguinte concluiu a pós-graduação em Psicopedagogia pelo Cipel.
“Sempre quis me manter atualizada. Seguir os estudos era uma forma que tinha de seguir meu aperfeiçoamento. Até mesmo hoje sigo buscando a minha qualificação. Quem decide se professor tem que ter amor pela profissão, ser amigo do aluno e estar próximo a ele. Aliar o conteúdo com a realidade é uma forma de se conseguir tudo isso e por isso motivo precisamos de aperfeiçoamento permanente”. Orilda atua nos três turnos na Escola Municipal Baltazar de Bem, sendo na manhã e noite com substituição e a tarde com uma turma de 1º ano das séries iniciais. No final deste ela se aposenta e seguirá atuando apenas um turno.
Os números do magistério municipal
1084 matrículas
223 professores com duas matrículas (40 horas)
813 professores com ensino superior
337 professores com pós-graduação
271 professores com magistério (sendo 133 com pelo menos Licenciatura Curta)
38 monitores
21 educadores cuidadores
18 ajudantes de educador cuidador
5 estagiários
Os vencimentos (para 20 horas semanais)
E1 Classe A – R$ 887,02
Nível 1 Classe A – R$ 1.153,12
Nível 2 Classe A – R$ 1.197,47

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