Objetivo do Blog

Objetivando a transparência do serviço público para que toda a população tenha acesso às atividades desenvolvidas no Setor de Pessoal, que visam o registro das ocorrências da ficha funcional dos servidores lotados na Secretaria Municipal de Educação – SMEd Cachoeira do Sul.

"A força da alienação vem dessa fragilidade dos indivíduos que apenas conseguem identificar o que os separa e não o que os une".
Milton Santos

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Cerimônia marca início das obras de construção do campus da UFSM em Cachoeira

http://cachoeiradosul.rs.gov.br/2015/07/cerimonia-marca-inicio-das-obras-de-construcao-do-campus-da-ufsm-em-cachoeira/




Por José Luís Zasso, com a colaboração de Patrícia Miranda
No calor fora de época e à sombra de uma timbaúva, provavelmente centenária, a comunidade de Cachoeira do Sul, servidores da Prefeitura e da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), gestores públicos e parlamentares acompanharam o lançamento da pedra fundamental do campus da UFSM em Cachoeira do Sul. O campus conta hoje com 20 servidores técnico-administrativos e 38 docentes, além de cinco cursos de graduação Engenharia de Transportes e Logística, Engenharia Agrícola, Engenharia Mecânica, Engenharia Elétrica e Arquitetura e Urbanismo. Proposta inicial para Cachoeira era incompatível com as expectativas da comunidade, diz reitor
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Saudando a comunidade cachoeirense, o reitor Paulo Burmann falou do avanço na proposta para o campus de Cachoeira do Sul, inicialmente considerada pelo reitor aquém do necessário para Cachoeira do Sul. “Nós tínhamos uma proposta muito tímida, muito acanhada, incompatível com as expectativas e as necessidades de Cachoeira do Sul e da região, e da UFSM”. Burmann ressaltou a construção de uma gestão criativa e democrática, com diálogo e oportunidade que a UFSM busca fazer no campus de Cachoeira do Sul.
Neiron: Cachoeira nunca mais será a mesma
O prefeito Neiron Viegas, relembrou a série de articulações e de visitas em gabinetes de deputados e do Ministério da Educação para viabilizar o campus da UFSM em Cachoeira do Sul. Neiron, citou a articulação que teve em conjunto com o ex-prefeito Sérgio Ghignatti para viabilizar o campus, ainda no seu projeto original. Neiron ressaltou que na gestão do reitor Paulo Burmann a ideia de um campus da UFSM ganhou outro fôlego, projetando a criação de um centro de referência na área de tecnologia. “Tenho certeza que Cachoeira nunca mais será a mesma”, disse o prefeito, em relação a essa nova fase que se inicia com o campus da UFSM.
O deputado federal Paulo Pimenta e o diretor do campus de Cachoeira do Sul, José Mário Doleys Soares, também usaram da palavra. José Mário ressaltou a dedicação dos servidores do campus de Cachoeira e a parceria e colaboração entre a Universidade e a Prefeitura na implantação do campus. O deputado Pimenta lembrou que graças a uma política federal de expansão de oportunidades com a ampliação da rede pública de ensino federal, aliada a mobilização da comunidade de Cachoeira do Sul, foi possível tornar em realidade o sonho da UFSM na cidade.
Uma universidade na porta de casa
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Sentados a sombra de uma taquareira para se proteger o calor, o casal de aposentados Amilton da Silva Tallowitz, 61 anos e Amantina de Barros Porto, 77, acompanhavam atentos a solenidade que marca o início da construção do futuro campus da UFSM. Ela levou o seu banquinho e ele sentou-se em um pequeno barranco ao lado da esposa para assistir aos discursos que marcavam o início de um novo ciclo nas suas vidas. Morando a 1,2 quilômetros do campos, o casal vê no empreendimento uma chance de ver também a sua propriedade de um hectare ser valorizada. “Moro aqui a mais de 46 anos e isso aqui era só mato de eucalipto. Agora vamos ter uma universidade na porta de casa. Quem não quer ter uma universidade perto de casa”, brincou o aposentado.
Cursos e investimentos
Para o começo da primeira fase, com a construção de dois complexos de prédios, do Restaurante Universitário e da Casa do Estudante, estão previstos mais de R$ 121 milhões de reais. Com ingresso semestral via Sistema de Seleção Unificada (SiSU), a UFSM oferece na primeira fase de implantação os cursos de Engenharia de Transportes e Logística, Engenharia Agrícola, Engenharia Mecânica, Engenharia Elétrica e Arquitetura e Urbanismo. Na segunda fase, prevista para iniciar em 2018, o campus terá também os cursos de Engenharia de Alimentos, Engenharia de Software e Tecnologia e Desenvolvimento de Sistemas, Engenharia de Controle e Automação e Engenharia de Minas. Ao final da implantação a UFSM deve contar com 4 mil estudantes em Cachoeira do Sul. O campus da UFSM será construído em uma área de 88 hectares comprada e cedida pela Prefeitura, na localidade de Passo d’Areia, no interior do município.

Três novas escolas de educação infantil em 2016

http://cachoeiradosul.rs.gov.br/2015/07/tres-novas-escolas-de-educacao-infantil-em-2016/


Texto e Fotos: Patrícia Miranda. Edição: José Luís Zasso – Sexta reportagem da Série “Educação – Um novo mundo é possível”
O ano de 2016 vai trazer um marco importante para a educação infantil em Cachoeira do Sul. Três novas escolas serão inauguradas para atender até 360 crianças com idade entre zero e cinco anos. As novas escolas são no âmbito do Próinfância e destinadas a atender parte da demanda reprimida do Município. O esforço se concentra em atender a Lei Federal 12.796/2013, que torna obrigatória a matrícula de crianças na Educação Básica os quatro anos de idade até 2016. A meta de Cachoeira do Sul com a construção das três novas escolas e a reforma e ampliação de pelo menos mais duas escolas durante o ano de 2015 é ampliar a oferta em 500 vagas na rede pública de ensino.
A Próinfância do Bairro Funcap é a que está com a obra mais adiantada atualmente, com 93,27% já executada. A previsão é de que até o início do mês de setembro o trabalho esteja concluído. O prédio terá 564,50m² com um investimento de R$ 808.742,58. Sua capacidade será para atender 60 crianças em turno integral ou 120 divididos em dois turnos. De acordo com a Andréa Porto, chefe do Centro de Planejamento (Ceplan) da Secretaria Municipal de Educação (SMEd), parte do mobiliário para esta escola e para as outras duas que estão sendo construídas já chegaram à Prefeitura. Entre eles estão poltronas de amamentação, cadeiras de alimentação, colchonetes, mesas, cadeiras e aparelhos de ar condicionado.
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Fachada da Próinfância do Bairro Funcap
Foto: Patrícia Miranda/SMEd-PMCS
A Próinfância do Alto do Amorim está com 37,7% de seu trabalho concluído. Apesar de estar com um percentual menor de construção, o prazo para ela ser concluída é bem menor do que o da Próinfância do Funcap, e a previsão é de que ela esteja pronta no final do mês de setembro. Construída em um modelo diferenciado com painéis, ela já está em fase de cobertura. Cidades como Guaíba, Gramado, Novo Hamburgo e Canoas já possuem escolas neste modelo.
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Fachada da Próinfância do Alto do Amorim
Foto: Andréa Porto/SMEd-PMCS
A Proinfância da Morada da Volta é a única que está aguardando adequações técnicas. O retorno está previsto para este mês de agosto e término em fevereiro de 2016. Estas duas escolas também tem capacidade para atender 60 crianças em turno integral ou 120 divididos em dois turnos.
Andréa enfatiza que a Prefeitura de Cachoeira do Sul está em negociação constante com as empresas que prestam o serviço de construção das escolas e também atentos a qualidade dos serviços prestados. Ela ressalta que a fiscalização e vistoria das obras são feitas intensamente tanto pelo Ceplan quanto pelo engenheiro Mauro Camillo, responsável por acompanhar as obras. “Tudo isso é para garantir um trabalho de qualidade com ritmo e continuação. Queremos entregar estas obras para a comunidade com maior brevidade possível. Nossa equipe está focada neste objetivo”, garante Andréa.
Novas escolas precisam ser credenciadas antes da inauguração
Conforme a diretora pedagógica da Secretaria Municipal de Educação, Lenise Furlan, depois de concluída a obra das novas escolas, elas entram em fase de cadastramento junto ao Conselho Municipal de Educação (CME) para credenciamento. Além da análise de regimento, os conselheiros precisam fazer uma vistoria no prédio para comprovar que ele atenderá as necessidades de uma escola de educação infantil e posterior autorização de funcionamento. Como é necessário fazer vistoria do prédio, o pedido de credenciamento pode ser feito apenas após o termino da obra.
Reforma e ampliação para garantir mais vagas
A Escola Municipal de Educação Infantil Sonho Meu, no Bairro Noêmia, está passando por uma reforma e ampliação para aumentar a sua capacidade de atendimento. Com recursos do Salário Educação, o investimento será R$ 344.695,86, serão ampliadas cinco salas de aula, construído quatro novos sanitários (dois masculino e dois femininos), dois sanitários para pessoas com deficiência, reforma da cozinha e refeitório. Hoje a escola atende a 67 crianças e passará a ter capacidade para 163 crianças com idade entre quatro meses a cinco anos, um aumento de 96 vagas.
Também está em processo licitatório a contratação da empresa que fará a adequação do prédio da Escola Municipal de Educação Infantil Favo de Mel, no Bairro Ponche Verde. Conforme a arquiteta Aline da Rosa, como o prédio antes abrigava uma residência, é preciso reorganizá-lo para atender as necessidades de uma escola. Este as mudanças está na redistribuição das salas, troca do forro e telhado e reforma de sanitários. O custo está estimado em R$ 262.213,23.
Adequação para atender os pequenos
Atender as crianças com idade entre 4 e 5 anos é uma das metas de Cachoeira do Sul para 2016. A adequação das turmas para atender ao público da Educação Infantil, deverá acontecem em todas as escolas de ensino fundamental e de Educação Infantil, levando-se em consideração o uso racional dos espaços e ampliação das salas.
A Secretária Municipal de Educação, Claudia Severo Vargas, ressalta que a escolha dos bairros para a instalação das três novas escolas ser deu após um estudo de demanda dos bairros sem atendimento educacional voltado às crianças de zero a cinco anos. “Foram meses de pesquisa para buscarmos a instalação das escolas em locais onde existisse demanda de crianças para preencher as vagas que vamos oferecer”, lembra a secretária.
As obras nas Escolas de Educação Infantil na rede municipal
- Escola Municipal de Educação Infantil Pró-Infância – Bairro Funcap: construção do prédio
Área: 564,50m²
Valor: R$ 808.742,58
Empresa: Prade e Bonilla, de Cachoeira do Sul
- Escola Municipal de Educação Infantil Pró-Infância – Morada da Volta: construção do prédio
Área: 564,50m²
Valor: R$ 795.563,29
Empresa: MVC Plásticos, de São José dos Pinhais
- Escola Municipal de Educação Infantil Pró-Infância – Alto do Amorim: construção do prédio
Área: 564,50m²
Valor: R$ 790.613,29
Empresa: MVC Plásticos, de São José dos Pinhais
- Escola Municipal de Educação Infantil Sonho Meu: reforma e ampliação
Área: 258,00m²
Valor: R$ 344.695,86
Empresa: Prade e Bonilla, de Cachoeira do Sul
– Escola Municipal de Educação Infantil Favo de Mel
Área: 322,95 m²
Valor: R$ 262.213,23
Empresa: em processo licitatório

terça-feira, 28 de julho de 2015

Concurso Público nº 001/2015

http://cachoeiradosul.rs.gov.br/wp-content/uploads/2015/03/2015-012-Anexo-Relatorio-de-Classificacao-Final.pdf

http://www.objetivas.com.br/site/concurso/323/cachoeira-do-sul-2008-prefeitura-municipal/

Acompanhe aqui o Relatório de Classificação Final do Edital do Concurso N° 012/2015 - 14/07/2015.

Obras para melhorar a estrutura das escolas

http://cachoeiradosul.rs.gov.br/2015/07/obras-para-melhorar-a-estrutura-das-escolas/


Texto e Fotos: Patrícia Miranda. Edição: José Luís Zasso – Quinta reportagem da Série “Educação – Um novo mundo é possível”
Quando fizemos uma reforma para melhorar a casa, nossa autoestima aumenta e nos sentimos mais felizes. É isso também que acontece quando uma escola recebe melhorias: alunos, pais, professores e equipe diretiva também se sentem mais felizes. A rede municipal de Cachoeira do Sul está com pelo menos quatro grandes construções em andamento e mais diversas obras de menor porte, todas com o objetivo de garantir melhor infraestrutura para centenas de estudantes.
Parte da verba para as obras vem de recursos federais, mas em todas elas o Executivo Municipal precisa oferecer uma contrapartida. O maior investimento é a construção do novo prédio da Escola Municipal de Ensino Fundamental Jenny Figueiredo Vieira da Cunha, na localidade de Forqueta, que está sendo feito pela empresa Construmix, de Cachoeira do Sul.
A nova escola substituirá o prédio atual, que é o único ainda em madeira da rede municipal, e terá 726.42m². O valor total será de R$ 1.159.041,12. A previsão é de que a nova escola esteja pronta nos primeiros meses de 2016. O diretor da Escola Jenny, José Valter de Deus Lima, lembra que a espera pelo novo prédio já tem mais de uma década, quando iniciou o processo de municipalização da escola que antes era da rede estadual de ensino. “Estamos vivendo um ano diferenciado. Sentimos que a autoestima de nossos 88 alunos está mais elevada e a expectativa para estudar no novo prédio é muito grande”, garante o diretor. A Escola Jenny tem 58 anos de atividade.
De acordo com a arquiteta Aline da Rosa, responsável pela fiscalização da obra da Escola Jenny, o projeto foi pensado para atender todas as necessidades da comunidade escolar com espaços amplos em modelo único no Município. “Ele foi adaptado pelo Departamento Técnico da Prefeitura para garantir que os alunos desfrutem da totalidade do ambiente escolar como um local de aprendizagem e convivência”, explica Aline. O prédio terá três blocos. O de serviço terá cozinha, refeitório, sanitários (inclusive adaptado), depósito e vestiário para funcionários. O pedagógico terá quatro salas de aula, labin e sala de leitura. O bloco administrativo terá sala de professores, direção, arquivo e almoxarifado. O conjunto tem ainda pátio central.
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Arquiteta Aline da Rosa da Escola Jenny acompanha a obra com o engenheiro Cláudio Vieira, da Construmix.
Foto: Patrícia Miranda/SMEd-PMCS
Outra obra importante para a rede municipal é a construção da quadra da Escola Municipal Vargas, no Bairro Santa Helena. Esta será a primeira quadra esportiva coberta e com vestiário da rede municipal, com um investimento de R$ 720.352,22. As escolas Taufik Germano, no Passou do Moura e a Dinah Néri Pereira, no Bairro Noêmia, estão recebendo cobertura em suas quadras poliesportivas. O investimento em obras que atendam os alunos da rede municipal é considerado fundamental pelo Governo Municipal como forma de melhorar o acesso e a permanência na escola pelos estudantes.
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Cobertura da quadra da Escola Taufik Germano
Foto: Patrícia Miranda/SMEd-PMCS
“Construindo novos prédios como o da Escola Jenny, estamos qualificando a infraestrutura de nossas escolas e permitindo que mais alunos ingressem na rede municipal. Somente lá poderemos oferecer até 290 vagas” destaca a Secretária Municipal de Educação, Claudia Severo Vargas. Já a cobertura e a construção de quadras esportivas busca não só a qualificação dos espaços mas também busca o incentivo ao esporte, motivando os estudantes para sintam interesse pelas diversas modalidade e estejam cada vez mais inseridos no ambiente escolar e longe das ruas, o que melhora consequentemente o seu desempenho escolar. O projeto arquitetônico da EMEF Jenny e das quadras esportivas foram enviados pelo Governo Federal através do FNDE, mas tem adaptações e fiscalização feitas pelo departamento técnico da Prefeitura.
Outras obras para melhorar os espaços
Além das obras de maior porte coordenadas pela Secretaria Municipal de Educação, outras escolas da rede também recebem constantemente reparos para manter o bom funcionamento das estruturas. Muitas obras acontecem em parceria entre a escola e a secretaria, onde a SMEd colabora com materiais e a comunidade escolar auxilia com a mão-de-obra.
Um dos exemplos é construção do piso de acesso à Escola Municipal Sagrado Coração de Jesus, no Piquiri, onde a comunidade escolar está fazendo o trabalho e a Secretaria colaborou com o cimento. O mesmo acontecerá em breve com a Escola Municipal Júlio de Castilhos, na localidade de Coxilha Bonita, onde a SMEd cederá as telhas e a comunidade fará a troca do telhado.
A Secretaria também possui uma equipe de pedreiros que atua em diversas escolas da rede. Atualmente o grupo está construindo um muro em torno da quadra poliesportiva da Escola Municipal Baltazar de Bem, no Bairro Marina. Além dos trabalhadores, a SMEd cedeu cimento e areia para a obra e a escola colaborou com a compra dos tijolos.
As obras na rede municipal
- Escola Municipal Jenny Figueiredo Vieira da Cunha: construção da nova escola.
Área: 726.42m²
Valor: R$ 1.159.041,12
- Empresa responsável: Construmix, de Cachoeira do Sul
- Escola Municipal Getúlio Vargas: Construção de uma quadra escolar coberta com vestiários
Área: 980,40m²
Valor: R$ 720.352,22
- Empresa responsável: Moldare Indústria e Comércio de Cimentos, de Lajeado
- Escola Municipal Taufik Germano – construção de cobertura da quadra
Área: 622,08m²
Valor: R$ 248.613,74
- Empresa responsável: CFV Obras Públicas, de Agudo
- Escola Municipal Dinah Néri Pereira: construção de uma quadra poliesportiva.
Área: 777,60m²
Valor: R$ 287.475,47
Empresa responsável: Thor Construções LTDA, de Cachoeira do Sul

Dinheiro na conta da escola

http://cachoeiradosul.rs.gov.br/2015/07/dinheiro-na-conta-da-escola/


Texto e Fotos: Patrícia Miranda. Edição: José Luís Zasso – Quarta reportagem da Série “Educação – Um novo mundo é possível”
Autonomia Financeira permite que escola e CPM definam as suas prioridades
Todos querem ter o seu próprio dinheiro e definir de acordo com as suas necessidades onde será investido o valor que se tem disponível. A tão buscada Autonomia Financeira foi conquistada pelas escolas da rede municipal de ensino de Cachoeira do Sul a partir do dia 31 de dezembro de 2009, através da Lei Municipal 3919. A partir dai, todas as escolas municipais de ensino fundamental e de educação infantil de Cachoeira do Sul passaram a receber repasse de recursos financeiros do Executivo Municipal, destinado à cobertura de despesas.
O termo “autonomia” significa capacidade de analisar e avaliar determinada situação, tomando decisões próprias a seu respeito. Mas mesmo tendo esta autonomia, a decisão de onde o valor será investido não é isolada das equipes diretivas. O Círculo de Pais e Mestres (CPM) precisa obrigatoriamente ser consultado para auxiliar e opinar na definição da aplicação do dinheiro. Nesse sentido, o CPM se torna um importante instrumento de participação da comunidade, e se torna aliado do gestor na construção da Autonomia Financeira da escola.
O repasse acontece mensalmente e o valor é calculado pelo número de alunos da cada escola com base no Censo Escolar do ano anterior. No ano de 2015, o orçamento da Secretaria Municipal de Educação (SMEd) que será repassado para as escolas através da Autonomia Financeira será de R$ 330.350.04, sendo R$ 90.993,96 as escolas de educação infantil e R$ 239.356,08 para as escolas de ensino fundamental. Além disso, cada uma recebe mensalmente R$ 200,00 para custear as despesas com Plano de Prevenção e Combate a Incêndio (PPCI) e segurança dos prédios escolares.
Escolas precisavam buscar alternativas para custear despesas
O professor Paulo Fernando Alves de Souza, vice-diretor da Escola Municipal Alarico Ribeiro, no Alto do Amorim, lembra bem da época em que as escolas dependiam da Secretaria Municipal de Educação (SMEd) para comprar até mesmo um lápis. Ele conta que tudo que era necessário para dentro da escola até 2009 era preciso que fosse solicitado para a secretaria. Entre 2006 e 2009, quando as escolas começaram a caminhar rumo a autonomia, o repasse era de R$ 1,00 por aluno a cada três meses.
Na época, Paulo era diretor da escola e a atual diretora, Leoni Beatriz Ramos Nunes era vice. Eles contam que precisavam usar dinheiro da venda de lanches no bar, fazer ações entre amigos, festas e sair em busca de doações para manter as necessidades básicas da escola. “Precisávamos fazer isso. Fazíamos pedidos para a secretaria, mas às vezes levávamos três a quatro meses para sermos atendidos. Muita coisa não podia esperar”, justifica.
Leoni e Paulo com a geladeira  nova da Escola Alarico Foto: Patrícia Miranda/SMEd-PMCS
Leoni e Paulo com a geladeira nova da Escola Alarico
Foto: Patrícia Miranda/SMEd-PMCS
Com a instituição da Autonomia Financeira, a situação das escolas teve um grande avanço. “Agora decidimos onde vamos aplicar o dinheiro que temos. É a própria escolas que elege suas prioridades e necessidades e aplica o dinheiro da melhor forma para atender a isso”, comemora Paulo. Leoni conta que praticamente todos os eletrodomésticos e utensílios da cozinha da Alarico Ribeiro foram substituídos graças a este recurso. “Compramos pratos, talheres, armários, geladeira e fogão com o dinheiro da Autonomia Financeira”, conta a diretora.
Gastos precisam ser previstos
Antes de gastar o dinheiro que chega através da Autonomia Financeira, as escolas precisam fazer um Plano de Aplicação, prevendo no que os valores serão gastos. Este documento precisa ser entregue na Secretaria Municipal de Educação a cada três meses. Cada compra precisa ter três orçamentos e a empresa vencedora com o menor preço precisa estar com os seus tributos municipais, estaduais e federais em dia. A prestação de contas do dinheiro também é feita a cada três meses os todos os gastos precisam ser comprados através de recibo ou nota fiscal.
Quando acontece algum fato fora do esperado em que a escola precisa aplicar o valor em outra compra, é necessário apresentar uma justificativa para isso, que deve ser aprovado também pelo CPM. Existem escolas que consultam também o seu Conselho Escolar antes de fazer as compras.
O valor destinado por aluno/mês
Até 25 alunos – R$ 209,34
De 26 a 50 alunos – R$ 272,13
De 51 a 100 alunos – R$ 322,71
101 alunos ou mais – R$ 3,08 por alunos
No que as escolas podem aplicar o dinheiro da Autonomia Financeira
- Manutenção, conservação e reparos da unidade escolar (pinturas, reposição de lâmpadas, vidros, fechaduras, portas e janelas, restauração elétrica e hidráulica)
- Aquisição de material de consumo necessário ao funcionamento da escola (material de expediente, limpeza e higiene e cantina)
- Aquisição e manutenção de material permanente necessário ao bom funcionamento da escola (equipamento mobiliário)
- Pagamento de serviços prestados
- Aquisição de material de consumo necessário para o desenvolvimento de projetos culturais e esportivos
- Outros gastos pertinentes

Plano Municipal de Educação: uma construção democrática e participativa

http://cachoeiradosul.rs.gov.br/2015/07/plano-municipal-de-educacao-uma-construcao-democratica-e-participativa/


Texto: Eliseu Machado. Fotos: Patrícia Miranda. Edição: José Luís Zasso - Terceira reportagem da Série “Educação – Um novo mundo é possível”
 O Plano Municipal de Educação (PME) de Cachoeira do Sul, que hoje tramita na Câmara Municipal de Vereadores, foi elaborado visando estabelecer os principais objetivos para a melhoria do ensino e elencar as ações necessárias para alcançá-los. Nele foram definidas as metas a serem alcançadas nos próximos 10 anos, em consonância com os Planos Nacional e Estadual de Educação. Embora evidencie um caráter de planejamento estratégico ele não pode ser confundido com um plano de intenções, uma vez que é bem mais abrangente. Além de garantir o direito fundamental à educação sobre o qual os municípios têm responsabilidade, a própria construção e implantação coletiva do Plano Municipal traz, em si, o potencial de mudar a forma como os gestores e a comunidade como um todo lidam com as políticas educacionais.
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Conferência reuniu cerca de 300 pessoas representantes de diversos segmentos da sociedade – Foto: Patrícia Miranda/SMEd-PMCS
A criação ou revisão dos PMEs está prevista na Lei 13.005/2014, que estabeleceu o novo Plano Nacional de Educação (PNE). Todavia, desde 2001, quando entrou em vigor o primeiro PNE, estados, municípios e o Distrito Federal já tinham a obrigação de elaborar as suas versões locais das metas e estratégias.
Conforme a Secretaria Municipal de Educação, Claudia Severo Vargas, a função primordial do plano é planejar as políticas públicas para a área a longo prazo, garantindo o total acesso à educação. “Ele é uma ferramenta de cidadania, de garantia de direitos das crianças, adolescentes e jovens mas é, também, uma diretriz, uma linha que fará com que as políticas não sejam mudadas ao bel prazer dos gestores à medida que as gestões irão se sucedendo” afirma a secretária. Para a diretora pedagógica da secretaria, Lenise Coletto Furlan, isso é importantíssimo, pois não serão os planos de governo que definirão os planos para a educação, e sim o plano de educação que servirá de base para os planos de governo, acrescenta.
Uma construção coletiva
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Encontros para estudo do plano antecederam a Conferência
Foto: Patrícia Miranda/SMEd-PMCS
A elaboração do Plano Municipal de Educação foi pensado desde o início de forma coletiva. No dia 9 de outubro de 2013 foi realizada a primeira reunião de estudos sobre o PME, criando-se um Fórum Permanente que até 2015 teve 35 encontros para levantamento de dados e análise das metas e estratégias. Além das inúmeras reuniões técnicas e de estudo, foram realizadas 24 miniconferências, onde foi registrada a presença de 264 pessoas dos mais diversos segmentos da comunidade cachoeirense.
A Conferência Municipal de Educação, que aconteceu no último dia 12 de maio, abordou cinco eixos temáticos e totalizou a participação de cerca de 300 pessoas que votaram aprovando por unanimidade a redação final do PME. Para a secretária Claudia, a participação de mais de 300 pessoas na conferência representa uma dimensão bem maior de opiniões. “Cada pessoa que estava lá representava uma escola, uma entidade. Sua opinião não expressava apenas o seu pensamento mas também o de todos aqueles que ele estava representando”, destaca Claudia.
O Plano Municipal é um documento amplo, que irá balizar a educação do Município pelos próximos 10 anos. Foi construído participativamente por pessoas que vivenciam o cotidiano do ensino e que representam a comunidade escolar onde atuam.
Comissão técnica responsável pelo PME:
- Educação Inclusiva – AFAD e APODEF
- Secretaria Municipal de Educação
- Escolas Municipais de Educação Infantil
- Escolas Municipais de Ensino Fundamental
- Educação de Jovens e Adultos
- Conselho Municipal de Educação
Os integrantes do Fórum Permanente
- APODEF – Associação dos Portadores de Deficiência de Cachoeira do Sul
- CPM – Círculos de Pais e Mestres
- Executivo Municipal
- APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais
- Câmara de Vereadores
- Alunos do Ensino Superior
- Escolas Municipais de Ensino Fundamental
- Secretaria Municipal de Educação
- Escolas Municipais de Educação Infantil
- 24ª CRE
- Escolas Particulares
Avanços
Além de democratizar as políticas públicas para a educação, o Plano Municipal de Educação traz 20 grandes metas com suas respectivas ações e estratégias visando pontos fundamentais pra a melhoria do ensino, tais como:
* universalização do acesso à escola em todos os níveis, das diversas faixas etárias e sem excluir quem quer que seja, contemplando toda diversidade humana;
* escola de tempo integral,
* melhoria na qualidade do ensino básico;
* elevação dos níveis de qualidade do ensino básico;
* diminuição do analfabetismo;
* elevação do acesso ao ensino profissionalizante;
* ensino superior, graduação e pós- graduação;
* valorização do magistério;
* formação permanente dos docentes;
* gestão democrática da educação;
* elevação dos investimentos públicos no setor, entre outros temas centrais do processo educativo.

Qualificação profissional abrindo portas



Segunda Reportagem da Série: “Educação – Um novo mundo é possível”. O Texto é de Patrícia Miranda, com edição de José Luís Zasso. A primeira reportagem pode ser conferida aqui.
A atualização e a qualificação pessoal já foi há algumas décadas apenas uma opção para quem já estava inserido no mercado de trabalho. Hoje, ela é uma realidade e até mesmo uma exigência para quem busca ampliar horizontes e subir na carreira, independente de qual for ela. Para quem escolhe ser educador, realidade não é diferente. A professora Cátia Elisa da Silva, 30 anos, é um exemplo. Ela ingressou no magistério municipal em 2009 apenas com o curso de Magistério. Mas, vendo a necessidade de se qualificar, ingressou no ensino superior no curso de 2011 e já está com formatura marcada para 4 de março de 2016, pela Ulbra/Cachoeira onde cursa Pedagogia através de uma bolsa do ProUni. Professora substituta da Escola Municipal de Educação Infantil Favo de Mel, Cátia já pensa no futuro. Ainda em 2016 quer ingressar na pós-graduação em Mídias na Educação pela UFSM para se qualificar ainda mais.
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Cátia com os alunos da EMEI Favo de Mel
Foto: Patrícia Miranda/SMEd-PMCS
A velocidade das mudanças, a famosa globalização e o desenvolvimento tecnológico transformam incessantemente o ambiente de trabalho, e isso acontece também nas escolas, de forma que hoje não há dúvidas de que “estudo” e “formação” não são apenas uma etapa da vida, mas uma constante ao longo de toda a carreira. Assim, a formação continuada para o magistério deixou de ser uma opção para ser também uma condição e uma necessidade dentro do exercício da profissão.
A Secretaria Municipal de Educação (SMEd) de Cachoeira do Sul oferece aos seus professores, monitores e professores do Atendimento Educacional Especializado formação continuada por área do conhecimento, além de formação para a equipe administrativa e pedagógica. De acordo com a diretora pedagógica, Lenise Furlan, os encontros são mensais e todo o conteúdo abordado parte das diretrizes estipuladas para a rede municipal, atendendo leis nacionais, estaduais e municipais, além do Plano Municipal de Educação (PME). “Fazemos um levantamento de todas as áreas para atender as necessidades de cada uma delas. Nos encontros os temas são debatidos pelos professores juntamente com profissionais da SMEd e convidados”, explica Lenise. Para as formações dos professores que atuam com educação inclusiva, a SMEd conta com a parceria da APAE e da AFAD.
A diretora pedagógica enfatiza que a formação continuada, é oferecida além da SMEd também pelas escolas, oferecendo assim subsídios para que os professores estejam cada vez mais atualizados e que possam levar estas novas experiências para sala de aula. Para o estudante, a grande vantagem de ter um professor sempre atualizado é conseguir correlacionar o conteúdo com a sua realidade.
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Formação para professores da Educação Infantil
Foto: Patrícia Miranda/SMEd=PMCS
Cada vez mais interesse pelas formações
A diretora pedagógica da SMEd, Lenise Furlan, frisa que é cada vez maior a procura pelas formações por professores da rede municipal. “Existem áreas como a inclusão, educação infantil e a das linguagens que temos uma excelente participação. Existem algumas áreas como a de ciências humanas em que a participação dos educadores ainda pequena mas sentimos que aos poucos este grupo também aumenta mais”, sintetiza.
A participação nas formações é feita em forma de convite aos educadores, mas Lenise destaca que elas são feitas dentro do período dedicado para estudo do professor. Hoje, na rede municipal, a cada 20 horas de atividade o professor tem direito a quatro horas destinada à estudo. Ao final do ano, todos que tiveram pelo menos 75% de frequência irão recebem certificação.
75% dos professores da rede municipal têm curso superior
A rede municipal de ensino de Cachoeira do Sul, que atende a 35 escolas, além de possuir profissionais atuando em cinco escolas filantrópicas, APAE e AFAD. No seu quadro de pessoal, 75% dos seus educadores têm ensino superior completo. Das 1084 matrículas do município, 813 são de profissionais que já tem graduação. Destes, 337 tem pós-graduação, o que presenta 41,45%. Um levantamento feito pelo Setor de Pessoal da SMEd mostra que 50,18% dos educadores com ensino superior cursaram Pedagogia. A pesquisa mostra ainda que dos 271 professores que estão no nível E1, que é o nível para professores apenas com magistério, 49,07% tem pelo menos Licenciatura Curta, modalidade que hoje em dia não existe mais.
O chefe do Setor de Pessoal da SMEd, Sergio Augusto Ramos dos Santos Júnior, explica que, de acordo com a Lei Municipal 3240, de 8 de fevereiro de 2001, a carreira do magistério é estruturada em seis classes, sendo a primeira para quem ingressa na função (A, B, C, D, E e F). Já os níveis são divididos em três (magistério (E1), graduação (N1) e pós-graduação (N2)). Na classe F está a maior remuneração. Com a política de promoção a cada cinco anos, com aumento de 5% a cada classe, o professor precisa de 25 anos de trabalho para chegar à última classe. 25 anos é exatamente o mesmo número de anos de trabalho em sala de aula que o professor precisa cumprir para solicitar sua aposentadoria. Se o professor não estiver em sala de aula, são necessários 30 anos de trabalho.
Sergio enfatiza que a formação continuada dos professores é fator fundamental para sua promoção ao longo dos anos. “As promoções podem ser consideradas estímulos para que os professores se qualifiquem na busca do conhecimento e tendo como retorno também incentivos financeiros, além de alavancar a qualidade na educação”, justifica. O professor com ensino superior tem um plus de 30% em seus vencimentos com relação ao básico da categoria. Para quem tem pós-graduação o aumento é de mais 5% com relação ao vencimento anterior.
Ensino superior gratuito em Cachoeira mudando o cenário
Quem busca uma graduação em Licenciatura nos dias atuais não consegue dimensionar o quanto isso era difícil há cerca de 15 a 20 anos. Atualmente, Cachoeira do Sul possui dezenas de cursos gratuitos de Licenciatura, que podem ser feitos inclusive na modalidade a distância, que dá ainda mais autonomia para que o universitário possa estudar. Após o fechamento da Univale na década de 90, foi a Ulbra que voltou a oferecer cursos de formação de professores. No entanto, como trata-se de uma universidade particular, era necessário pagar por esta qualificação.
No final da década de 90 e início do ano 2000, muitos professores da rede municipal que tinham apenas Magistério, eram incentivados pelo Município com o oferecimento mais 20 horas semanais de atividade para que pudessem custear uma Universidade em busca do Ensino Superior, atendendo a Lei de Diretrizes e Bases, que determinava que até 2003 todos os professores deveriam ter ensino superior, prazo que acabou sendo prorrogado. Hoje a meta 15 do Plano Nacional de Educação prevê que até 2024 todos os professores devem ter ensino superior. Já a meta 16 estabelece o oferecimento da formação e que até 2024 pelo menos 50% dos professores tenham pós-graduação.
Uma pesquisa feita pela coordenadora do polo da UAB/Cachoeira, Rosane Brendler, mostrou que em 2011, 41% dos acadêmicos que frequentavam os cursos de Licenciatura oferecidos pela UAB eram membros do magistério ou servidor municipal em busca de qualificação. A possibilidade de fazer o curso desejado, a gratuidade e a conquista da promoção foram os principais motivos citados pelos acadêmicos para ingressarem nos cursos. A Prefeitura de Cachoeira do Sul é a principal parceira da UAB, onde o investimento mensal, de acordo com o prefeito Neiron Viegas chega a R$ 600 mil ao ano, valor destinado principalmente ao pagamento do aluguel do prédio e de professores.
Da brincadeira de criança para a sala de aula
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Orilda com o alunos da Escola Baltazar de Bem
Foto: Patrícia Miranda/SMEd-PMCS
Quando era criança, a professora Orilda Tatsch Bernardini, já sabia qual seria sua profissão: ela queria ser professora. A brincadeira de criança preferida já era de dar aula, o que se tornou realidade em 1984 quando ela ingressou como contratada da rede municipal para trabalhar com alfabetização. Apenas com o magistério, ela decidiu que iria se qualificar em 1998 ingressou no curso de Pedagogia pela Urcamp, de Caçapava do Sul, e se formou em 2002. Mesmo assim ela não quis parar por ai. Ela seguiu estudando e no ano seguinte concluiu a pós-graduação em Psicopedagogia pelo Cipel.
“Sempre quis me manter atualizada. Seguir os estudos era uma forma que tinha de seguir meu aperfeiçoamento. Até mesmo hoje sigo buscando a minha qualificação. Quem decide se professor tem que ter amor pela profissão, ser amigo do aluno e estar próximo a ele. Aliar o conteúdo com a realidade é uma forma de se conseguir tudo isso e por isso motivo precisamos de aperfeiçoamento permanente”. Orilda atua nos três turnos na Escola Municipal Baltazar de Bem, sendo na manhã e noite com substituição e a tarde com uma turma de 1º ano das séries iniciais. No final deste ela se aposenta e seguirá atuando apenas um turno.
Os números do magistério municipal
1084 matrículas
223 professores com duas matrículas (40 horas)
813 professores com ensino superior
337 professores com pós-graduação
271 professores com magistério (sendo 133 com pelo menos Licenciatura Curta)
38 monitores
21 educadores cuidadores
18 ajudantes de educador cuidador
5 estagiários
Os vencimentos (para 20 horas semanais)
E1 Classe A – R$ 887,02
Nível 1 Classe A – R$ 1.153,12
Nível 2 Classe A – R$ 1.197,47

A inclusão como caminho para a autonomia

http://cachoeiradosul.rs.gov.br/2015/07/a-inclusao-como-caminho-para-a-autonomia/


SMEd atende a 233 alunos com deficiência em 25 escolas
Levar o filho pela primeira vez para a escola desperta nas mães sentimentos como medo, preocupação, angústia e até mesmo tristeza para algumas. Deixar o filho em um ambiente novo, com pessoas até então desconhecidas, causa um turbilhão de sentimentos que qualquer mãe que já passou por isso pode contar. Mas, levar para a escola um filho com deficiência eleva ainda mais estes sentimentos. “Eu tinha medo da rejeição da escola e dos colegas. Também me preocupava muito se ele seria bem cuidado. Era a primeira vez que ele ficaria com outras pessoas que não era eu. Não tinha como eu não ficar preocupada”. Este sentimento é de uma mãe que passou por isso há cerca de cinco meses, quando teve que levar o filho com paralisia cerebral para iniciar a vida escolar.
A dona de casa Cátia Marques, 44 anos, é mãe de Salastiel Marques de Carvalho, 7 anos, o Sasa, que ingressou em 2015 no 1º ano da Escola Municipal Maria Paccico de Freitas, no Bairro Bom Retiro. Mas, hoje, Cátia já sente que tomou a decisão correta em levar o filho para a escola. Os progressos do menino já são visíveis. No início do ano letivo, além de não firmar o corpo, o garoto ainda não falava, tinha crises convulsivas, vomitava e tinha crises asmáticas com frequência. Em alguns meses, Salistiel já consegue firmar a cabeça, diminuiu as crises asmáticas e os vômitos e emite alguns sons, demostrando que quer se comunicar.
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Salastiel com os colegas, a professora Andreia e a monitora Beloni.
Foto: Patrícia Miranda/SMEd-PMCS
O progresso no desenvolvimento de Salastiel é possível devido a um trabalho de inclusão feito pelas escolas da rede municipal de ensino de Cachoeira do Sul. O objetivo é que todos os estudantes, independente do grau de deficiência, estejam incluídos no dia a dia da escola assim como os demais estudantes. Atualmente, a Secretaria Municipal de Educação (SMEd) atende 233 alunos com deficiência em 19 escolas de ensino fundamental, 4 escolas municipais de educação infantil e 2 escolas filantrópicas. Para estes alunos, 33 monitores desempenham a função de auxiliar nas atividades de higiene, alimentação, locomoção e contenção (quando necessário). Além disso, outros 12 educadores atuam nas salas de recursos multifuncionais para o Atendimento Educacional Especializado (AEE), que contribui para diminuir as dificuldades encontradas em sala de aula por estes estudantes.
Smed tem um trabalho permanente para garantir a inclusão
Permitir as condições necessárias para que os estudantes com deficiência acesse e permaneça na escola é um trabalho que precisa ser desenvolvido permanentemente pela Secretaria Municipal de Educação. A coordenadora da Educação Especial e Inclusiva na SMEd, professora Marta Andrade, explica que, para isso, a equipe da secretaria participa de constantemente de pesquisas sobre a educação inclusiva e trabalha permanentemente para superar barreiras que impedem efetivamente a educação inclusiva como a acessibilidade física dos espaços escolares, mobiliários, equipamentos, transporte escolar e materiais didáticos.
A caminhada por novos conhecimentos e aperfeiçoamento levou a SMEd a incentivar ainda a prática de atividades didáticas inclusivas, as salas de recursos multifuncionais para o oferecimento de Atendimento Educacional Especializado , a garantia de diversidade nos instrumentos de avaliação, possibilitando assim o acompanhamento dos avanços do aluno com deficiência e o fomento do aperfeiçoamento contínuo dos profissionais que atuam com estes alunos.
Mais barreiras precisam ser superadas
Marta Andrade destaca que, a inclusão de alunos com deficiência, precisa de um trabalho e atenção constante. Por isso, é necessário que a escolas tenham espaços físicos com rampas e mobiliário adequado, projeto político-pedagógico que inclua este estudante e acolhimento de todos na escola. “A inclusão acontece quando está presente a parceria, o amor e a aceitação”. Marta enfatiza que a rede municipal de ensino está no caminho certo para o trabalho de inclusão, mas é preciso seguir o processo para superar alguns desafios. “Ainda precisamos oferecer tradutores e interpretes para fomentarmos o uso da libras e do braile. Temos ainda a necessidade de uma equipe multidisciplinar para apoiar e complementar as ações inclusivas”, explicou a coordenadora.
Caminhada pela inclusão começou em 2006
A caminhada pela Educação Inclusiva na rede municipal de Cachoeira do Sul começou em 1º de dezembro de 2006, quando foi inaugurada a primeira sala de recursos, funcionando inicialmente na Secretaria Municipal de Educação. No ano seguinte, o espaço de atendimento foi ampliado e passou a se chamar Centro Educacional Especializado (CEEsp) e foi transferido para o polo da UAB/Cachoeira. Em 2009, estas salas de recursos começam a ser implantadas diretamente nas escolas.
Atualmente, Cachoeira do Sul é município polo na Educação Inclusiva para mais 13 municípios que participam aqui de encontros regionais de formação continuada para profissionais que atuam nesta área. Isso foi possível devido a um convênio firmado com o Governo Federal, que destina recursos específicos para o incentivo a estas formações. Os municípios são: Arroio dos Ratos, Butia, Cerro Branco, Lagoão, Novo Cabrais, Pantano Grande, Paraíso do Sul, Passa Sete, Rio Pardo, Salto do Jacuí, Sobradinho, Venâncio Aires e Vera Cruz.
O xodó da escola
O pequeno Salastiel Marques de Carvalho, o Sasa, aluno do 1º ano da Escola Municipal Maria Paccico de Freitas, é só alegria ao lado dos outros 13 colegas. A professora titular da turma, Andreia Liana Pfüller, 34 anos e 8 de profissão, divide os cuidados, atenção e ensinamentos entre ele e os demais colegas. Para isso, conta com o auxílio da monitora Beloni Severo Zinn, 63 de idade e 3 de profissão. “Todos adoram o Sasa. Nem bem ele chega na escola e os colegas e os alunos das outras turmas já vem conversar com ele e perguntar como ele está”, conta Beloni.
Andreia desenvolve suas atividades em sala de aula de modo que o menino possa participar ativamente com os colegas. “Ele é incentivado a pegar o lápis e tentar pelo menos a fazer alguns traços, vai ao quadro, participa da contação de histórias e das rodas de música. Ele está sempre junto com os colegas”, conta a professora. “Não sabemos onde ele vai chegar, mas precisamos estimar para que ele possa chegar lá”, disse Sandra Mara Peixoto da Silva, diretora da Escola Municipal Maria Paccico de Freitas ao falar sobre o aluno Salastiel.
Um menino cheio de disposição
Dançar, cantar, participar das aulas de Educação Física, interagir com os colegas, são progressos que Gustavo da Luz Ellwanger, 13 anos, aluno do 7º ano da Escola Municipal Milton da Cruz, no Bairro Universitário, conquistou ao longo dos anos. De acordo com a mãe, a dona de casa Geneci da Luz Elwanger, 45 anos, o único filho começou ainda bebê a apresentar os sinais que logo levaram ao diagnóstico de autismo atípico. Geneci não esconde que o início da vida escolar de Gustavo, que desde que desde o 1º ano estuda na Milton da Cruz, não foi fácil. “Ele até se adaptou bem. Mas ele não queria ficar na sala de aula e queria sair a toda hora”, relembra.
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Gustavo com a mãe Geneci.
Foto: Patrícia Miranda/SMEd-PMCS
A mãe conta que o filho sempre teve o auxílio de monitoras, pois, caso contrário, se dispersa com frequência das atividades de sala de aula. Geneci destaca que a convivência na escola com colegas e professores garante a evolução de Gustavo. “Dentro da escola cada um tem a sua contribuição. Se estivesse só em casa ele não teria o progresso que ele tem hoje no seu desenvolvimento. Todos dentro da escola, inclusive os professores, são muito comprometidos com o Gustavo”, relata Geneci. Além do auxílio que recebe em sala de aula, uma vez por semana ele frequenta o AEE, local onde suas principais dificuldades são trabalhadas.
A diretora da Milton da Cruz, Maria Helena Bottari Zotteli e a vice-diretora, Débora Schunemann, concordam que o progresso de Gustavo é visível. “Este ano tivemos a alegria dele participar inclusive da quadrilha da nossa festa junina. Pode parecer um pequeno passo mas é algo muito importante para o desenvolvimento dele”, comemoram.
Inclusão e autonomia
O trabalho de inclusão dentro das escolas é feito ao mesmo tempo em que se incentiva a autonomia dos alunos com deficiência. De acordo com a coordenadora da Educação Especial e Inclusiva na SMEd, professora Marta Andrade, todo o trabalho é feito de forma que o aluno sinta-se seguro, tenha todo o suporte para se desenvolver mas ao mesmo tempo vá adquirindo autonomia para as atividades do dia a dia. “O trabalho de inclusão nas séries iniciais é sempre mais fácil que nas séries finais. Nas séries iniciais é apenas uma professora, que passa todo um turno com o aluno, conhecendo bem ele. Nas séries finais são vários professores e já estamos trabalhando com um adolescente com todas as suas peculiaridades. É algo bem mais complexo. No
entanto, proporcionar esta autonomia é fundamental para o progresso do desenvolvimento”, sintetiza Marta.
Importante
A Prefeitura de Cachoeira do Sul, através da Secretaria Municipal de Educação, ainda mantém parceira com a Associação de Familiares e Amigos do Down (Afad), cedendo professores para o atendimento e com a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), com a cedência de carros, professores, funcionários e de alimentação. Desta forma, o apoio da Prefeitura se estende a toda comunidade cachoeirense.
A inclusão escolar
a) Benefícios para os alunos com deficiências:
- Vê os colegas como modelos;
- Tem assistência por parte dos colegas;
- A criança cresce e aprende a viver em ambientes integrados,
- Aprende junto com os seus pares sem deficiência, o que lhe proporciona aprendizagens similares e interações sociais adequadas.
b) Benefícios para os alunos que não têm deficiências:
- Permite perceber que todos somos diferentes e, por consequência, que as diferenças individuais devem ser respeitadas e aceitas
- Oportunidade para participar e partilhar as aprendizagens;
- Diminuição da ansiedade diante dos fracassos ou insucessos.
c) Benefícios para todos os alunos:
- Compreensão e aceitação dos outros;
- Reconhecimento das necessidades e competências dos colegas;
- Respeito por todas as pessoas;
- Construção de uma sociedade solidária;
- Desenvolvimento de apoio e assistência mútua;
- Desenvolvimento de projetos de amizade